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Banquete (cerca de 475 AC, fresco de túmulo em Paestum, Magna Grecia) |
Sócrates
Sócrates (nasceu em Atenas, em 469 a.C., onde morreu em 399 a.C.), foi um filósofo ateniense, um dos mais importantes da tradição filosófica ocidental. É considerado por muitos filósofos como o modelo de filósofo. Foi o professor de Platão, um dos filósofos mais influentes de todos os tempos.
Alcibíades
Alcibíades (nasceu cerca de 450 AC, morreu em 404 ou 403 AC) foi um político e comandante militar ateniense, apresentado por Platão como um jovem de muito belo e o aluno mais distinto de Sócrates.
Sócrates e Alcibíades em O Banquete, de Platão
Alcibíades irrompe pelo banquete (o banquete grego, ou symposion, era um jantar seguido de um período em que se serviam bebidas alcoólicas e se discutiam assuntos, muitas vezes pré-combinados) já bêbado e a meio da discussão, que nessa noite versava o eros (empregado na Grécia Clássica sempre com uma carga erótica, e portanto diferente do conceito atual de amor).
Alcibíades surpreende-se ao ver Sócrates no banquete e insinua que este o persegue. Sócrates, por seu lado, implora a Ágaton que o defenda de Alcibíades ("Desde os tempos em que me apaixonei por ele não me é permitido sequer olhar ou conversar com um único jovem belo! De contrário, aí o tenho à perna com os seus ciúmes e quezílias, a fazer-me cenas incríveis, a cobrir-me de injúrias...").
Alcibíades, desafiado pelos outros comensais, lança-se então num elogio a Sócrates, em que exalta as suas qualidades de oratória ("logo que [Sócrates] começa a falar, fico fora de mim, o meu coração começa a saltar no meu peito, as lágrimas escorrem-me pelo rosto") e o compara a silenos e sátiros e conta uma história da sua juventude em que, usando os seus encantos físicos, tentou seduzir Sócrates: "Eis que o convido para jantar, muito simplesmente à maneira de um amante (erastes) que prepara uma cilada ao seu bem-amado (eromenos)..." para conseguir obter dele tudo o que ele sabia. Mas em vão, mesmo depois de todos se terem ido e de Alcibíades se ter deitado no leito de Sócrates, sob a sua capa, nada mais aconteceu "do que se tivesse dormido com o meu pai ou com um irmão mais velho".
No final do diálogo, Sócrates e Alcibíades permanecem distantes e Sócrates remata: "Julgas, é claro, que eu tenho obrigação de te amar a ti e a mais ninguém. Mas não, não me escapaste, essa tua comédia de sátiros e silenos foi por demais evidente".
Fontes:
O Banquete, Platão, Edições 70, 2008 (tradução de Maria Teresa Schiappa de Azevedo)
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