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Verdi por Giovanni Boldini, 1866 |
O Barão é caraterizado como um personagem nervoso, sensual, manhoso, hipócrita, que padece de um 'vício secreto' (é um 'caçador de efebos') de que se envergonha, sobretudo quando se compara com a vida exemplar e boa do casal Paradela, com quem se encontra inesperadamente a meio da sua 'caçada'. Mas mesmo quando a sua consciência se depara tão frontalmente com o 'bem', não consegue resistir a regressar logo ao 'vício' que o corrompe e empolga.
A pederastia do Barão, por ser moralmente criticada e porque percebemos logo nesta 'abertura' que o Barão é casado, anuncia o drama, que pode degenerar mesmo em tragédia (será que vai haver mortos ou feridos?).
O cenário é a cidade de Lisboa do final do século XIX, apresentada como pobre, decadente e provinciana. Os teatros estão envelhecidos e os espetáculos são rotineiros, as ruas enlameadas, uma multidão de vendilhões reles pulula entre os espetadores, em pleno Inverno os rapazes andam pelas ruas batidas pelo nordeste frio em corpinho bem feito e vendem-se a 'degenerados' que os assediam sexualmente.
A 'coda' do capítulo 1 deixa questões em aberto (o que terá o Barão combinado com o rapaz e será que ele vai cumprir o prometido, ou irá faltar?), o que é muito 'conveniente' do ponto de vista literário, uma vez que impulsiona o leitor a virar a página...
Fontes:
Wikipedia
1 comentário:
fantástico, muito bem.
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