Em Portugal, pela relativa proximidade geográfica e também com consequência das "Invasões Francesas", a influência francesa fez-se sentir mais fortemente e até mais tarde. A arte, a moda e o bom gosto vinham de França e os artistas e pensadores nacionais iam para Paris, o "centro do mundo". A língua portuguesa, que já era influenciada pela língua francesa, incorporou então inúmeros "galicismos" (exemplos: abajur, avenida, balé, bibelô, bidé, buquê, butique, bufete, champanhe, chalé, camioneta, chique, chofer, croché, envelope, fetichista, garagem, garçom, guiché, maionese, maquilhagem, omelete, raqueta, restaurante, toalete, vitrina).
Nesta secção de O Barão de Lavos temos vários exemplos, em rápida sucessão, da influência francesa: a baronesa lia Madame Bovary, de Flaubert, recostada numa chaise-longue à luz de um candeeiro de bomba; o barão sentou-se num fauteuil.
A cultura francesa continuou a ser a maior referência da cultura portuguesa mesmo após a II Guerra Mundial (quando começou a perder para a cultura anglo-americana) como pode ser exemplificado pela canção Lisboa Não Sejas Francesa (música de Raul Ferrão e letra de José Galhardo) originalmente escrita para a opereta A Invasão, estreada em 1952 no Teatro Avenida, em Lisboa, e popularizada pela grande Amália Rodrigues:
Lisboa não sejas francesa / Com toda a certeza / Não vais ser feliz
Lisboa, que ideia daninha / Vaidosa, alfacinha, / Casar com Paris
Lisboa, tens cá namorados /Que dizem, coitados, /Com as almas na voz
Lisboa, não sejas francesa / Tu és portuguesa / Tu és só pra nós
Sem comentários:
Enviar um comentário