28 de janeiro de 2013

Mitologia grega: "a obscena invenção de Ganimedes" e outros

Antínoo, mármore romano
do Museu Pio-Clementino, no Vaticano
"A obscena invenção de Ganimedes, príncipe troiano de uma beleza maravilhosa, arrebatado e transportado ao Olimpo pela águia de Júpiter para substituir Hebe, a hetera divina, no serviço particular dos deuses"
Na mitologia grega, Ganímedes era um príncipe de Tróia, por quem Zeus se apaixonou. Nas imediações de Tróia, o jovem cuidava dos rebanhos do pai, quando foi avistado por Zeus. Atordoado com a beleza do mortal, Zeus transformou-se em águia e raptou-o, possuindo-o em pleno voo. Ganimedes foi levado para o Olimpo e, apesar do ódio de Hera, substituiu a deusa Hebe e passou a servir o néctar aos deuses, bebida que oferece a imortalidade, derramando, depois, os restos sobre a terra, servindo aos homens. Hebe é a deusa da juventude, filha legítima de Zeus e Hera. Por ter o privilégio da eterna juventude, representava a donzela consagrada aos trabalhos domésticos. Assim, cumpria no Olimpo diversas obrigações: preparava o banho de Ares, ajudava Hera a atrelar seu carro e servia néctar e ambrosia aos deuses.


"Os grandes modelos de dedicação fraterna que nos oferece a História, — Castor e PóluxPirítoo e TeseuPilades e OrestesAlexandre e Efestion, Harmódio e Aristogíton, os dois filhos de Adiatórix, os nossos dois Ximenes, Antínoo e Adriano, Patroclo e Aquiles, — não passam os mais deles de espécimes aberrativos de mútuas complacências libidinosas."

Castor e Pollux ou Polideuces eram dois irmãos gêmeos da mitologia grega e romana, filhos de Leda com Tíndaro e Zeus, respectivamente.

Na mitologia clássica, Pirítoo foi o rei dos Lápitas, antigo povo da Tessália. A história de Pirítoo está intimamente associado com a do grande herói ateniense Teseu, com quem desenvolveu uma forte relação de cumplicidade, após havê-lo desafiado. Prestes a enfrentarem-se na região de Maratona, Teseu e Pirítoo, seduzidos pela beleza um do outro, acabaram por apertar as mãos, jurando amizade eterna.
Na mitologia grega, Orestes era filho do rei Agamemnon de Micenas e da rainha Clitemnestra. Após o assassínio de Agamemnon, Orestes foi levado para a corte de Estrófio, onde cresceu em segurança na companhia do seu primo, e amigo, Pílades. A relação intensa entre Pílades e Orestes foi apresentada por alguns autores clássicos gregos como sendo de natureza romântica ou homossexual.

Heféstion Amintoros (356 a.C. - 324 a.C.), era filho de Amíntor, aristocrata macedónio e foi educado com Alexandre, o Grande, tendo tido também Aristóteles como professor. Acompanhou Alexandre na sua campanha asiática desde o princípio, combatendo como general na cavalaria de elite. O historiador Arriano de Nicomédia, uma das mais respeitadas fontes sobre Alexandre, escreveu que Heféstion foi a pessoa a quem Alexandre mais amou em toda sua vida.

Harmódio e Aristogíton, também conhecidos como os Tiranicidas, foram dois antigos atenienses que se tornaram heróis por terem matado Hiparco, filho de Pisístrato. De acordo com o relato do historiador Tucídides, na obra História da Guerra do Peloponeso, Hiparco teria por duas vezes feito propostas de carácter sexual a Harmódio, amante de Aristogíton, que as rejeitou. A relação de Harmódio e Aristogíton enquadrava-se no modelo pederástico existente na Grécia Antiga. Aristogíton era o amante mais velho (provavelmente com cerca de trinta anos) e Harmódio o adolescente, que deveria ser protegido.

Dyteutus (morreu em 34 d.c.), era o filho mais velho de Adiatórix, o governante da Galácia. Quando Dyteutus e o seu pai foram condenados à morte por Octaviano por serem partidários de Marco António, o irmão mais novo de Dyteutus ofereceu-se para ser executado no lugar do seu irmão mais velho. Inicialmente, Dyteutus recusou mas depois acedeu, persuadido pelo seu pai que a sua maior maturidade seria mais adequada à proteção e segurança da mãe e restante família após a execução. 

Antinoo (c. 111 d.c. – 130 d.c.) era um jovem natural da Bitínia que foi o favorito do imperador romano Adriano. Após a sua morte, por afogamento no Nilo, Adriano, inconsolável, elevou-o à categoria de deus e mandou construir templos e estátuas por todo o império romano para o glorificar e imortalizar.


Aquiles cuidando de Pátroclo ferido por uma seta,
medalhão de um vaso kilix da Àtica, c. 500 a.c.
Na mitologia grega, Aquiles foi um herói da Grécia, um dos participantes da Guerra de Tróia e o personagem principal e maior guerreiro da Ilíada, de Homero. Pátroclo ou Pátroklos é por vezes considerado amante de Aquiles, ao lado de quem lutou contra os troianos. Quando Aquiles se recusou a lutar devido à sua disputa com Agamemnon, Pátroclo, envergando furtivamente a armadura de Aquiles é morto por engano por Heitor. Depois de resgatar o corpo do amigo, que fora protegido no campo de batalha por Menelau e Ájax, Aquiles recusa-se durante algum tempo a sepultá-lo, mas é convencido quando uma aparição de Pátroclo lhe suplica a cremação, de forma a que a sua alma possa ser admitida no Hades. Aquiles inicia, então, as cerimónias fúnebres onde durante as quais sacrificava cavalos, cães, e doze troianos cativos antes de colocar o corpo de Pátroclo na pira crematória.



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